UE QUER SOLUÇÃO POLÍTICA E DIPLOMÁTICA QUE RESPEITE A INTEGRIDADE DA UCRÂNIA
«A posição que foi aqui adotada é bastante clara: a União Europeia (UE) não pretende fazer uma espécie de escalada de posições que torne mais difícil obter uma solução que respeite a integridade da Ucrânia», afirmou o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho. Estas declarações foram feitas à saída do Conselho Europeu extraordinário, em Bruxelas.
O Primeiro-Ministro ressalvou - porém - que «foi deixada uma mensagem muito clara: a UE está disposta a acompanhar esta situação, tirando dela as devidas consequências, se esta não for a perspetiva de todas as partes envolvidas no processo».
«O que releva é que todas as partes possam sentar-se à mesa, eventualmente com mediação, para chegar a um ponto de resolução amigável, política e diplomática para este conflito», acrescentou Pedro Passos Coelho, embora - lembrou - «a UE se reserve o direito de rever a sua parceria com Moscovo».
«Esta é a grande perspetiva que sai deste Conselho. Não é tanto uma espécie de sinalização de ameaças para futuro, é sobretudo dizer que na UE estamos dispostos a defender estes princípios no futuro, mas acreditamos que é possível a todas as partes encontrar uma via moderada de resolução dos seus problemas», explicou o Primeiro-Ministro.
Ainda assim, «o Conselho Europeu confirmou a tomada de posição proposta pelo Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros (no passado dia 3), que inclui a suspensão dos preparativos do G8 com a Rússia, tal como os termos de toda a negociação que vinha sendo desenvolvida, em torno de facilitação de vistos». «É também admitida a suspensão da própria cimeira UE-Rússia», referiu.
«É preciso condenar aquilo que aconteceu, designadamente com a Crimeia, e a decisão unilateral de realizar um referendo - que a UE considera ilegal, na medida em que não é compatível com a própria constituição ucraniana -, além do que a ocupação por forças russas tem que terminar. Isto parece inequívoco», sublinhou Pedro Passos Coelho.
Por outro lado, «a UE está disponível para manter de pé o contrato de associação que tinha elaborado para desenvolver uma zona de comércio livre com a Ucrânia. E a colaboração, do ponto de vista económico e comercial, é indispensável para o futuro deste país, bem como para lhe prestar assistência económica e financeira, numa altura tão difícil como esta», afirmou.
Contudo, sublinhou o Primeiro-Ministro, «há uma vontade muito grande, por parte de todos os países da UE, em encontrar uma solução que possa ser política e diplomática para este conflito, que opõe dois países parceiros da União Europeia».
«A UE tem um relacionamento de parceria com a Rússia, como tem com a Ucrânia. Verdadeiramente, aquilo que interessa não é esperar que a Ucrânia tenha de fazer uma escolha entre a Rússia ou a UE. O que queremos é que haja um respeito pelas regras internacionais e que exista uma solução diplomática e política para um problema que precisa de ser rapidamente corrigido».