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Informação sobre a comunidade ucraniana em Portugal
01 março 2021 17:22

Os ucranianos começaram a vir para Portugal em maior escala principalmente no final dos anos 90. As condições prévias para o aparecimento em massa de cidadãos ucranianos no território da República Portuguesa foram os processos socioeconómicos na Ucrânia associados ao período de transição e desenvolvimento do jovem estado independente. A difícil situação económica, especialmente nas regiões ocidentais, onde não havia empreendimentos industriais e a agricultura não satisfazia o trabalho de todos os residentes, foi um fator que impulsionou a sua partida para o exterior, com vista a encontrar novas oportunidades de realização profissional.

Portugal é o país da UE com a legislação mais branda sobre imigrantes e a necessidade, principalmente de mão-de-obra, em certas áreas como a construção, setor de serviços, etc.

De acordo com os dados do SEF, nos últimos anos, verificou-se um aumento no número de estrangeiros que receberam visto de residência em Portugal. Em particular, 662.095.000 estrangeiros registados oficialmente vivem hoje em Portugal (+ 12,2% em relação a 2019), entre os quais, cidadãos da Ucrânia, que ocupam o quinto lugar em termos numéricos (28.629.000 pessoas legalizadas ou 4,3% do número total de estrangeiros, segundo estatísticas oficiais de 2020). Em primeiro lugar estão os cidadãos de origem brasileira (183.993 ou 27,8%), em segundo - cidadãos de origem britânica (46.238 ou 7%), em terceiro - cidadãos de origem caboverdiana (36.609 ou 5,5%) e em quarto - cidadãos de origem romena (30.052 ou 4,5%).

Note-se que a redução significativa de cidadãos ucranianos em Portugal se deve, gradualmente, não ao êxodo em massa do país, mas principalmente à aquisição da cidadania portuguesa e/ou aquisição de estatuto de residente permanente, o que, de jure et de de facto, faz com que sejam removidos da lista de estrangeiros.

Para referência: o número total da comunidade ucraniana antes da crise de 2008-2009, tal como estimado por especialistas, era de mais de 100 mil pessoas e, no início de 2010 – o número reduziu para 52.500.

Segundo as estatísticas de 2020, 1.960 cidadãos da Ucrânia adquiriram a nacionalidade portuguesa e em 2019 – 2738 cidãos, dos quais 337 cidadãos da Ucrânia adquiriram a nacionalidade portuguesa por vias de casamento..

A grande maioria dos ucranianos que vieram para Portugal são das regiões ocidentais da Ucrânia (Chernivtsi, Ternopil, Ivano-Frankivsk, Lviv, Volyn). Além disso, existem representantes de outras regiões, incluindo Vinnytsia, Dnipropetrovsk, Cherkasy, Donetsk, Luhansk, Sumy e Crimeia.

O estrato social da comunidade ucraniana é diverso, constituído por: camponeses, operários, engenheiros, médicos, músicos, ex-militares, professores, etc. Os trabalhadores ucranianos, na sua grande maioria, estão em alta demanda no mercado de trabalho português, dado o seu alto nível educacional e perfil diligente.

Os ucranianos em Portugal estabeleceram-se como uma nação trabalhadora e livre de conflitos, a qual foi bem recebida na sociedade portuguesa.

A comunidade ucraniana distribui-se por todo o país, tanto nas zonas urbanas, como nas zonas rurais, com uma forte concentração nos principais centros industriais e grandes cidades do país (Lisboa, Cascais, Sintra, Setúbal, Santarém, Coimbra, etc.), no norte (Porto, Viseu, Aveiro, Viana do Castelo, etc.) e sul (Faro, Albufeira, Portimão, Lagoa, Lagos). Um pequeno número de ucranianos vive nas regiões autónomas de Portugal - nos Açores e na Madeira.

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A fim de garantir e proteger melhor os seus direitos e interesses, abordar questões prementes para atender às necessidades socioculturais e preservar a sua identidade nacional, os ucranianos que vivem em Portugal desde o início dos anos 2000 iniciaram e integraram-se em várias organizações coletivas.

Atualmente, existem em Portugal 14 associações da comunidade ucraniana, nomeadamente, a Associação dos Ucranianos em Portugal, a Associação «Pirâmide das palavras», a Associação da Juventude Ucraniana em Portugal, a Associação dos Ucranianos do Algarve, o Centro educativo e cultural luso-ucraniano «Escola Tarás Shevchenko», em Faro, a Associação «Fonte do Mundo», a Associação UPE (Ucrânia-Portugal-Europa) – Centro Social e Cultural Luso-Ucraniano, em Braga, a Associação dos Ucranianos em Portugal «Sobor», a Associação «Movimento Cristão dos Ucranianos em Portugal», a Associação de cultura e solidariedade social «Casa da Ucrânia», em Lisboa, a Associação «Êxito das tendências», a Associação Solidária «Anjos da Misericórdia», a Associação Cultural de Solidariedade e Apoio «Coração Bondoso» e a Associação Sociocultural Ucraniana «Lado a Lado».

A Associação dos Ucranianos em Portugal (SUP) é membro do Congresso Mundial dos Ucranianos. Pavlo Sadokha, Presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, foi eleito Vice-Presidente Regional do Congresso Mundial dos Ucranianos na Europa Ocidental, em 2018.

O trabalho da Embaixada da Ucrânia em Portugal com os representantes da comunidade ucraniana é realizado de forma sistemática e baseia-se no apoio da Embaixada e na participação de representantes da missão diplomática na realização de eventos culturais, artísticos e informativos (palestras e encontros temáticos, flash mobs, concertos, exibição de documentários por ocasião de datas comemorativas ou de eventos importantes na Ucrânia), organizada por essas associações em Portugal e que, por sua vez, contribuem para a disseminação do conhecimento sobre a Ucrânia, consciencializam os jovens ucranianos sobre sua cultura e arte distintas, além de promoverem a imagem internacional da Ucrânia. Adicionalmente, esta interação incide também no decorrer de reuniões com representantes da comunidade ucraniana, na realização de deslocações aos serviços consulares nas regiões de Portugal, na colocação de informações relevantes nos painéis informativos da Embaixada da Ucrânia e muito mais.

O trabalho da Embaixada centra-se na implementação do Plano de Ação do Ministério dos Negócios Estrangeiros e no financiamento de projetos no âmbito do programa orçamental 1401110 em termos de manutenção das relações com os ucranianos residentes no estrangeiro, de acordo com a legislação orçamental atual da Ucrânia. No entanto, a maioria das associações ucranianas a operar em Portugal é bastante passiva quanto à implementação de projetos no âmbito deste programa.

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Observamos que atualmente, em Portugal, não há escolas com ensino de língua ucraniana nem escolas em que sejam ministradas disciplinas de estudos ucranianos financiadas pelo orçamento do Estado português.

Por sua vez, para atender às necessidades educativas dos ucranianos em Portugal, os centros culturais e educacionais operam sob os auspícios de organizações coletivas criadas por imigrantes ucranianos. Nestes centros, as disciplinas são ministradas em ucraniano.

Assim, em Portugal, em regime de escola aos sábados, operam os centros culturais e educacionais ucranianos: "Dyvosvit", (Lisboa) da SUP; escola ucraniano-portuguesa “Tarás Shevchenko”, (Faro) - entidade legal autónoma; “Sonyashnyk” (Águeda) da SUP; “Barvinok” (Vila Nova de Gaia) da SUP; “Dolonka”(Évora) da SUP; "Veselka" (Santarém) da SUP; "Rodyna" (Lisboa) da Associação «Êxito das Tendências»; "Oberig" (Estoril) da Associação «Fonte do Mundo»; "Vidrodzhenya" "(Fátima); "Barvinok "(Castanheira); "Dzherelo"(Torres Vedras) da Associação «Sobor» e "Svitlytsya " da Associação «Lado a lado».

A grande maioria destes centros culturais e educativos coopera, com base num acordo bilateral, com a Instituição Estatal de Ensino Médio «Escola Internacional da Ucrânia», de modo a realizar uma avaliação anual com certificação final oficial dos alunos externos dessa instituição.

Na base da Associação "Pirâmide das Palavras", opera o Centro de Estudo e Consultoria de Ensino Aberto (MAUP) em Lisboa, através do qual os alunos do ensino à distância têm a oportunidade de obter os certificados de educação de equivalência estatal, confirmando o nível de qualificação obtido - o "bacharelato".

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Os direitos dos ucranianos em Portugal à liberdade de pensamento e religião são também adequadamente garantidos. Os representantes da comunidade ucraniana têm a oportunidade de assistir a serviços religiosos realizados em ucraniano por clérigos ucranianos da Sacra Metrópolis Ortodoxa de España y Portugal - Patriarcado Ecuménico, bem como pela Igreja Greco-católica Ucraniana em Portugal (Ordem Basiliana de São Josafat em Portugal).

As Sacra Metrópolis Espanhola e Portuguesa são da Eparquia da Igreja Ortodoxa de Constantinopla, com o centro eparquial em Madrid, cobrindo Espanha e Portugal. A maioria dos clérigos e dos fiéis da eparquia são ucranianos ortodoxos. O bispo de Espanha e Portugal é o Metropolita Policarpo (Stavropoulos) (desde 6 de maio de 2007). Atualmente, existem mais de 10 paróquias ortodoxas ucranianas em Portugal.

De acordo com os termos do Tomo de Autocefalia da Igreja Ortodoxa Ucraniana, algumas paróquias da antiga Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Kyiv que operavam em Portugal ficaram sob a jurisdição do Patriarcado de Constantinopla.


Paróquias e centros paroquiais da Igreja Greco-Católica Ucraniana em Portugal começaram a formar-se no início dos anos 2000. Atualmente, existem oito sacerdotes a trabalhar para os fiéis da Igreja Greco-Católica Ucraniana em Portugal, que servem de missionários em 10 dioceses e prestam assistência pastoral a mais de 10.000 fiéis.

Além disso, na Igreja Greco-Católica Ucraniana de Lisboa existe uma escola de catequese, O. Basiliano, cujo principal objetivo é o trabalho e a educação de crianças ucranianas de todas as idades no espírito cristão, com devoção a Deus e à Igreja.

A questão de alocação de espaços para o serviço religioso é resolvida pelas próprias paróquias, que recorrem ao aluguer de instalações apropriadas.

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Não existem instituições culturais e artísticas ucranianas em Portugal criadas por ucranianos no estrangeiro ou financiadas pelo orçamento do estado português.

De entre os mais notáveis e talentosos artistas ucranianos a viver em Portugal, destacamos os seguintes:

  • Konstyantin Sheplyakov, artista e pintor ucraniano, entalhador altamente profissional, com muitos anos dedicados ao trabalho criativo, deu uma contribuição pessoal significativa para o desenvolvimento da criação de ícones ucranianos de arte sacra e realiza ativamente exposições em Portugal;
  • Valeriy e Marita Vaskov, o casal de artistas ucranianos cujas obras de arte enriqueceram o tesouro artístico da Ucrânia, são uma motriz significativa no desenvolvimento da arte ucraniana no exterior, criando uma imagem positiva da Ucrânia no mundo. V. Vaskov (1947 - 2015) foi homenageado no quadro de honra da Cultura da Ucrânia e era membro da União dos Artistas de Portugal (Sociedade Nacional de Belas Artes). M. Vaskova é proprietária da galeria de arte de autor "Running Elephant Gallery" em Lisboa;
  • Larysa Savchenko, cantora ucraniana de ópera do Conservatório Nacional de Lisboa é uma profissional, meio-soprano, detentora de uma voz impressionante. Além de atuar nos palcos dos maiores e mais famosos teatros de Portugal, destacam-se também as suas excelentes habilidades de ensino.

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Como resultado dos esforços conjuntos das associações da comunidade ucraniana e das missões diplomáticas da Ucrânia em Portugal (da Embaixada em Lisboa e do Consulado no Porto), novos monumentos culturais surgem em Portugal a cada ano que passa.

Atualmente, em Portugal, já foram inaugurados os seguintes marcos culturais:

Obra/objeto cultural e localização 

Entidade homenageada

Data da colocação/ inauguração

Responsáveis pela execução 

Responsáveis pela atribuição do espaço

Monumento de Taras Shevchenko

Praça de Itália, Lisboa, Portugal

Taras Shevchenko

14 de setembro de 2019

Comunidade Ucraniana em Portugal.

O monumento foi erguido pelos esforços conjuntos dos representantes da comunidade ucraniana e da Embaixada da Ucrânia em Portugal, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa.

Escultor: artista português Hélder de Carvalho.

Câmara Municipal de Lisboa

Plantação de um Carvalho (Dub) e de Viburnum (Kalyna) ucranianos

Praça de Itália, Lisboa, Portugal

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30 de abril de 2017

Árvores jovens trazidas da Ucrânia e plantadas por ativistas da Associação da Juventude Ucraniana, por ocasião da criação do grupo de iniciativa da Juventude Ucraniana em Portugal.

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Monumento dos Heróis da Centena Celestial

Parque de S. João da Ponte, Braga, Portugal

Heróis da Centena Celestial que pereceram durante a Revolução da Dignidade (2013-2014)

10 de abril de 2016

Comunidade ucraniana de Braga.

O monumento foi erguido por iniciativa da comunidade ucraniana, do Arcebispo da então Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Kyiv, D. Tkachuk e com o apoio da Câmara Municipal de Braga.

Escultor: artista português F. Jorge.

Câmara Municipal de Braga

Placa Memorial em homenagem à façanha dos Heróis da Centena Celestial

Parque do Palácio de Cristal, 

Porto, Portugal

Heróis da Centena Celestial que pereceram durante a Revolução da Dignidade (2013-2014)


21 de novembro de 2015

Comunidade Ucraniana do Porto, Consulado da Ucrânia no Porto

Câmara Municipal do Porto

 

Placa Memorial em homenagem às vítimas do Holodomor (Grande Fome) de 1932-1933 na Ucrânia

 

Parque do Palácio de Cristal, 

Porto, Portugal

Vítimas do Holodomor (Grande Fome) de 1932-1933 na Ucrânia


24 de novembro de 2013

Comunidade Ucraniana do Porto, Consulado da Ucrânia no Porto

Câmara Municipal do Porto


Atualmente, no território de Portugal, as fontes de informação ucranianas disponíveis são:

  • Website bilíngue (em ucraniano e português) da Associação dos Ucranianos em Portugal, que contém regularmente informações atualizadas sobre as atividades da comunidade ucraniana em Portugal, bem como as últimas notícias e eventos da Ucrânia;
  • «Trizub TV» canal de televisão ucraniano independente, criado pela Associação da Juventude Ucraniana, com programas difundidos nas redes sociais e no Youtube.
  • Website em português, "Taras Shevchenko", da autoria da Associação dos Ucranianos em Portugal, criada por ocasião da inauguração do monumento de Taras Shevchenko, em Lisboa, e que será gradualmente preenchida com informações em português sobre a biografia do Kobzar, a biografia do escultor Helder de Carvalho, bem como com traduções para português dos poemas de Taras Shevchenko.
  • Website em português da Associação UPE (Ucrânia-Portugal-Europa) – Centro Social e Cultural Luso-Ucraniano, “Movimento Solidariedade Ucrânia, que foi criado para informar os ucranianos que vivem em Portugal e os amigos portugueses sobre o trabalho da associação, sobre a ajuda e assistência aos ucranianos, sobre eventos culturais ucranianos e pessoas talentosas da Ucrânia, sobre a cooperação entre instituições e comunidades estatais ucranianas e portuguesas, sobre mudanças na legislação portuguesa e aconselhamento a ucranianos em questões de trabalho, sociais, etc.
  • Boletim trimestral bilíngue da Associação UPE (Ucrânia-Portugal-Europa) – Centro Social e Cultural Luso-Ucraniano, "Solidariedade Ucrânia", publicado para divulgar informações relevantes sobre a Ucrânia, a sua cultura e história, a vida da comunidade ucraniana em Portugal, eventos culturais e atividades públicas dos representantes das comunidades ucranianas em Portugal.

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Uma característica da comunidade ucraniana em Portugal nos últimos anos tem sido a sua atividade económica e política. A comunidade tornou-se uma força real que não apenas une os ucranianos, mas que também se manifesta cada vez mais ativamente na vida da comunidade ucraniana em Portugal, defendendo os seus direitos e interesses, garantindo as necessidades socioculturais dos compatriotas e zelando pela preservação da identidade nacional. Inúmeros eventos culturais e políticos realizados em Lisboa e em outras cidades de Portugal por iniciativa da comunidade são caracterizados por um alto nível de organização, bem como por uma clara orientação nacional e patriótica.

Durante os últimos 7 anos de agressão russa à Ucrânia, de ocupação temporária da República Autónoma da Crimeia, da operação antiterrorista (ATO)/operação das Forças Unidas (OOC) no leste da Ucrânia, representantes da comunidade ucraniana em Portugal estiveram ativos em Portugal para garantir uma imagem positiva da Ucrânia, trazendo à comunidade portuguesa os factos da situação real que se vive na Ucrânia, realizando protestos contra a propaganda russa, concertos de caridade em apoio ao exército ucraniano, atraindo ajuda humanitária, conduzindo campanhas de informação para reconhecer o Holodomor (Grande Fome) de 1932-1933 na Ucrânia como genocídio, etc.


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