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Entrevista de Ivanna Klympush-Tsyntsadze a DN
11 julho 2017 17:56

"Mostrámos que estamos dispostos a morrer pelos valores europeus"

Ivanna Klympush-Tsyntsadze, vice-primeira-ministra da Ucrânia para a integração europeia e transatlântica esteve em Portugal para, entre outros assuntos, participar no encontro da Associação das Mulheres Embaixadoras. Em entrevista ao DN fala do conflito com a Rússia e defende que a Ucrânia tem o direito de ter uma oportunidade para aderir à União Europeia (UE)

No ano passado, em março, o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, afirmou que...

Já sei o que vai dizer. Os 25 anos para a Ucrânia aderir à UE?

Sim. É um prazo que faz sentido?

Toda a gente tem direito à sua opinião, mas os desafios que estamos a enfrentar são tão extensos e a conjuntura tão imprevisível que parece-me estranho fazer previsões a 25 anos. Temos uma agenda muito ambiciosa no que diz respeito à nossa relação com a UE. O Acordo de Associação está finalmente a ser implementado na sua totalidade, estamos a avançar na aproximação da legislação e demos um grande passo em frente com a liberalização dos vistos. Isto só foi possível porque a Ucrânia fez o seu trabalho de casa. O que me parece mais importante neste debate é que os ucranianos têm direito à oportunidade de aderir à UE. Mostrámos a nossa determinação na implementação das mudanças necessárias e mostrámos também que estamos dispostos a morrer pelos valores europeus. Somos a única nação da Europa onde as pessoas estão a morrer pela Europa.

A nível geopolítico a UE precisa da Ucrânia?

Absolutamente. Se a Europa desistisse da Ucrânia e se a Europa deixasse de punir a agressão russa [na Crimeia e no Leste da Ucrânia] estaria a abrir caminho a novas agressões vindas de Moscovo. Isso já ficou provado. Em 2008 a Rússia atacou a Geórgia e a Europa não mostrou união. Não respondeu com unidade e determinação. Não enviou à Federação Russa uma mensagem clara. Não foi taxativa a transmitir que não permitiria essas atitudes.

Desta vez a Europa respondeu de forma correta?

Pelo menos existe uma união da qual a Rússia não estava à espera. No que diz respeito às sanções, por exemplo, o Ocidente atuou de forma coordenada. Talvez no início as sanções não tenham sido tão severas como deveriam ter sido, mas aos poucos foram ajustadas.

Hoje as sanções são adequadas?

Estão mais bem estruturadas e são mais penalizadoras para a Federação Russa. Percebemos isso pela determinação da Rússia em enfraquecer e dividir a Europa e a união transatlântica. Isso é sinal de que as sanções estão a funcionar.

Nos últimos meses houve algum avanço na implementação dos acordos de Minsk?

Não. Infelizmente, os últimos meses têm sido muito duros. A Rússia não está a mostrar qualquer interesse em avançar no caminho de uma solução. Há quase um ano que não conseguimos negociar a libertação de nenhuma das pessoas que estão presas ilegalmente. Já contabilizámos mais de 11 mil violações do cessar-fogo.

As violações são numa base diária?

Sim. Perdemos 120 militares desde o início do ano. Mais de 850 foram feridos e morreram 47 civis. Dentro do grupo de Minsk houve um novo acordo para um cessar-fogo a partir de 24 de junho, mas não aguentou sequer 24 horas.

Acha que a Ucrânia conseguirá recuperar a Crimeia?

Sim. O mundo considera ilegal o que aconteceu. Por outro lado, há outras implicações. Nós éramos a nação com o terceiro maior arsenal nuclear do mundo e abdicámos dele em nome do memorando de Budapeste, assinado em 1994. Esse memorando tinha a assinatura da Rússia e garantia a soberania da Ucrânia e a nossa integridade territorial.

Na sexta-feira, em Hamburgo, durante a cimeira do G20, Donald Trump encontrou-se com Vladimir Putin. A Ucrânia terá sido um dos tópicos da conversa entre os dois. Acha que Trump poderá mudar alguma coisa?

É importante que Trump continue a considerar ilegal a anexação da Crimeia. Essa atitude do presidente dos EUA poderá alterar aquelas que talvez fossem as expectativas iniciais de Putin com eleição de Trump.

Trump é volátil. Tem medo de que o presidente dos EUA volte a ser o melhor amigo de Putin?

Ninguém pode ser o melhor amigo de uma pessoa que mente, de alguém que manipula, que não cumpre a sua palavra, que rasga sem apelo nem agravo as leis mundiais. Não acredito que Donald Trump possa ser amigo de um homem do KGB.

Діаріу де Нотісіаш ,

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