Ucrânia: 26 anos da independência
Há 26 anos, no dia 24 de agosto, o parlamento ucraniano proclamou a Independencia da Ucrânia, o que foi aprovado por 90,3% dos votos no referendo sobre o Ato da Declaração de Independência a 1 de dezembro de 1991. Esse Ato foi apoiado pela maioria dos eleitores em cada uma das regiões administrativas da Ucrânia, incluindo a Crimeia.
Olhando para trás, eu claramente vejo momentos esplendorosos, mas também houve erros de cálculo, reformas lentas e falta de perspetiva – leva tempo a construir um país independente, sobretudo um país que passou pela “experiência soviética”.
Mas hoje, depois da Revolução da Dignidade de 2014, posso dizer que já ultrapassámos o ponto do não retorno à URSS. Sem dúvida, em menos de três anos a Ucrânia fez mais progressos no que respeita a lidar com a corrupção e no que respeita à reforma das suas instituições do que nos anos que se antecederam.
O sucesso das reformas ucranianas confirma-se por prestigiadas instituições e rankings. De acordo com as estimativas do Banco Mundial, em dois anos, a Ucrânia subiu do 112o lugar para o 80o lugar no ranking do Doing Business. Para além disso, a Ucrânia subiu 25 posições no Índice de Desenvolvimento do E-Government das Nações Unidas, melhorou 16 posições no Strenght of Investors Protection do Índice de Competitividade do Fórum Mundial Económico, bem como subiu 57 posições no Tax Paying Rank do Banco Mundial.
A Ucrânia está a introduzir uma nova plataforma mais inovadora na Europa para compras públicas por meios electrónicos, a ProZorro, que substituiu o velho sistema de concursos públicos com muita burocracia. Em maio de 2016, a Prozorro ganhou um prestigioso prémio World Procurement Award, sendo nomeado como o melhor sistema de compras do mundo, de acordo com o prémio Open Government Awards.
O crescimento económico está a acelerar. Em 2016, o crescimento do PIB atingiu 2,2% em comparação com o ano 2015. O processo de reformas estabelece as bases para um crescimento económico sustentável a médio prazo.
É com muito agrado que assinalo que, no ano em curso, o comércio bilateral entre a Ucrânia e Portugal voltou a crescer. Segundo os dados da Estatística Estatal da Ucrânia, no primeiro trimestre de 2017, o volume do comércio bilateral atingiu 105 milhões de dólares, aumentando assim 13% em comparação com o mesmo período do ano passado.
No primeiro trimestre deste ano, a exportação ucraniana de bens para a União Europeia aumentou em quase 25%. Sendo assim, a UE tornou-se o maior parceiro comercial da Ucrânia. Ao longo dos últimos 3 anos, o volume do comércio com a Europa aumentou em 38%. A Rússia perdeu a sua posição, ficando com 9,9%.
Atingimos tudo isto sob as mais desafiantes circunstâncias – com uma guerra levada a cabo pela Rússia contra a Ucrânia. Nós compreendemos que, nestas circunstâncias, temos de ser fortes internamente – e eu indiquei o nosso progresso neste sentido - mas também exteriormente. E é nisto que contamos com os nossos parceiros internacionais, incluindo Portugal.
O dia 1 de setembro de 2017, dia da entrada em vigor do Acordo de Associação entre a Ucrânia e a UE em pleno, será uma data marcante na história contemporânea da Ucrânia, um dia em homenagem e agradecimento aos nossos heróis da Centena Celestial e aos milhões de ucranianos que continuam a defender a liberdade, a independência e os valores europeus nas fronteiras a leste da Europa.
O Acordo de Associação, juntamente com o regime de isenção de vistos que entrou em vigor a 11 de junho de 2017 são os nossos primeiros, mas seguros, passos rumo à plena e confiante representação da Ucrânia no espaço comum europeu.
Os sucessos do nosso país inspiram-nos a continuar o curso de implementação das reformas e esforçar-nos-emos ainda mais para alcançar os ambiciosos objetivos futuros. Afinal, tal como consagrado no Acordo de Associação, fica em aberto o futuro desenvolvimento das relações entre a Ucrânia e a UE.
SOL,