De acordo com o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia Pavlo Klimkin, a 31 de outubro de 2017, a Ucrânia apresentou para a consideração do 3º Comité da Assembleia Geral da ONU o projeto de uma resolução atualizada da Resolução da Assembleia Geral da ONU 71/205 sobre a “Situação concernente aos direitos humanos na temporariamente ocupada República Autónoma da Crimeia e na cidade de Sevastopol (Ucrânia)”, aprovada a 19 de dezembro de 2016.
Este passo é absolutamente necessário, uma vez que a Rússia não implementou nenhum ponto da referida resolução o que prova também o Relatório Temático do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, recém-divulgado.
Por essa mesma razão, a Ucrânia irá promover uma resolução mais dura, a qual não apenas reforçará as disposições da Resolução 71/205, mas conterá novos elementos importantes. Em primeiro lugar, trata-se da garantia do apoio internacional à Ucrânia no que diz respeito à desocupação da Crimeia, dando-se particular ênfase à necessidade de a Rússia executar a Decisão do Tribunal Internacional da ONU, aprovado na ação posta pela Ucrânia contra a Rússia, e garantir o acesso de missões internacionais de observação à península.
O projeto da resolução condena também a aplicação ilegal pelo agressor do sistema jurídico da Rússia no território temporariamente ocupado da Ucrânia, a expropriação da propriedade ucraniana, a aquisição automática da nacionalidade russa pelos cidadãos ucranianos que residem na Crimeia, bem como o alistamento ilegal no exército russo de residentes da Crimeia, o que se proíbe pelo direito humanitário internacional.
“O mundo deve chamar as coisas pelos seus nomes, trata-se de crimes da Rússia na Crimeia temporariamente ocupada”, disse Pavlo Klimkin, acrescentando que “nós atraímos a atenção da comunidade internacional para os mesmos não apenas por meio da resolução”.
Nesse contexto, o Ministro Klimkin enfatizou o lançamento da campanha informativa #CrimeaIsBleeding, cuja questão principal é o destino de residentes da Crimeia que, com dignidade, se opõem às repressões e a outros testes do regime de ocupação russo. «As suas próprias histórias, histórias de coragem e dignidade são a nossa resposta àqueles que apelem à Ucrânia para se esquecer ou vender a Crimeia”, declarou Pavlo Klimkin.
O Vice-presidente de Mejlis do Povo Tártaro da Crimeia, Ahtem Ciygoz, que durante três anos esteve preso ilegalmente pelos ocupantes russos, foi o primeiro a contar a sua história. As novas histórias sobre os crimes dos ocupantes russos e sobre a invencibilidade dos ucranianos na Crimeia vão aparecer cada dia no âmbito desta campanha informativa, sendo posteriormente divulgadas pela diplomacia ucraniana em todos os palcos internacionais.
A campanha informativa deve ser um projeto conjunto. Assim, o Ministro apela aos média ucranianos e internacionais, à comunidade civil e estudantil e à diáspora ucraniana para se juntarem a esta campanha.