A 18 de maio deste ano, a Embaixada da Ucrânia homenageou as vítimas do genocídio do povo tártaro da Crimeia, ocorrido em 1944
A deportação dos tártaros da Crimeia, executada a 18 de maio de 1944, é um dos exemplos mais marcáveis dos crimes do regime soviético cometidos durante a Segunda Guerra Mundial.
O regime estalinista acusou todos os tártaros da Crimeia da colaboração com os nazis que ocuparam a Crimeia entre 1941-1944, e 191 mil destes, incluindo bebés, foram deportados em dois dias para regiões asiáticas remotas da URSS. O facto de as famílias de 9 mil tártaros da Crimeia lutarem contra fascistas no Exército Vermelho, sendo também deportadas, testemunha que o Kremlin precisava de uma limpeza étnica, e as acusações eram a solução.
Pessoas do interior da Rússia foram para a Crimeia, ocupando as 80 mil casas deixadas pelo povo indígena deportado. São os descendentes destes colonos russos que hoje formam a base daquela parte da população da Crimeia que apoia a anexação russa, sobre a qual o Kremlin gosta tanto de se referir.
Durante mais de 20 anos, as autoridades soviéticas negaram completamente a natureza criminosa das suas ações.
A anexação da Crimeia pela Federação Russa, em fevereiro de 2014, tornou atual o problema da luta dos tártaros da Crimeia pelos seus direitos. Logo a 20 de março, a Verkhovna Rada da Ucrânia aprovou a Resolução N.º 1140-18 “Sobre a Declaração da Verkhovna Rada da Ucrânia acerca da garantia dos direitos do povo tártaro da Crimeia no Estado ucraniano”, que reconheceu os tártaros da Crimeia como povo indígena da Ucrânia e garantiu o seu direito à autodeterminação como parte da Ucrânia.