No dia 21 de julho de 2024, a Embaixadora da Ucrânia em Portugal, Maryna Mykhailenko, participou no 27º Seminário da Juventude Atlântica Portuguesa (PAYS), que decorreu na Academia Militar de Portugal.
O evento, que reuniu dezenas de participantes dos países membros e parceiros da NATO, foi organizado sob a égide da Associação da Juventude do Tratado Atlântico de Portugal (YATA Portugal) e da Comissão Atlântica Portuguesa (CPATL).
Discursando no painel temático “Cimeira da NATO 2024: A Ucrânia como parte integrante da arquitetura de segurança europeia”, a Embaixadora afirmou que “A invasão em grande escala da Rússia na Ucrânia causou a crise mais grave na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e deteriorou a ordem internacional existente”.
Maryna Mykhailenko informou os presentes sobre a evolução da situação na frente de batalha, as ações da Rússia que visam uma maior escalada e ampliação da guerra, bem como as necessidades urgentes das Forças de Defesa da Ucrânia: “Estamos extremamente gratos aos nossos parceiros internacionais pelo enorme apoio militar, económico e humanitário que estão a dar à Ucrânia. No entanto, não é segredo que muitas vezes as armas necessárias são fornecidas à Ucrânia com demasiada lentidão. Para ganhar a guerra e ganhá-la em breve, sem permitir que a Rússia a transforme numa guerra prolongada de desgaste, devemos ser mais decididos e, claro, manter a união”.
Referindo-se aos resultados da Cimeira da NATO em Washington, a Embaixadora sublinhou: “As decisões da Cimeira lançaram as bases para alcançar o consenso e promover ainda mais a decisão de convidar a Ucrânia para a NATO, e o seu novo elemento foi o reconhecimento de que o nosso caminho para a adesão é irreversível. Isto significa que a nossa adesão não será um compromisso ou moeda de troca durante possíveis negociações com a Rússia”.
Em relação aos possíveis modelos de segurança para a Ucrânia, Maryna Mykhailenko declarou: “Estamos a tornar-nos parte da Europa política e juridicamente, uma vez que adquirimos o estatuto de candidato e iniciámos negociações para a adesão à UE. Não pode haver modelos de segurança separados para diferentes partes da Europa, pois isso levaria à sua fragmentação. A Ucrânia já é uma componente essencial da segurança euro-atlântica. Ainda não temos o guarda-chuva do Artigo 5º do Tratado de Washington, mas a Ucrânia, de facto, defende o flanco oriental da NATO, assim como Portugal defende o flanco ocidental da NATO”.
Após o discurso da Embaixadora, ocorreu uma discussão animada, onde a Embaixadora respondeu a inúmeras questões da audiência. Em particular, os representantes da juventude atlântica estavam interessados em saber quando, finalmente, a Ucrânia poderá tornar-se membro da NATO; qual deve ser a ajuda da NATO à Ucrânia; como combater a propaganda e a desinformação russa e como proteger os valores culturais, entre outros tópicos.
Foto: Sofiya Shovikova