A 16 de dezembro, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, declarou o seguinte:
"Hoje, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução ucraniana actualizada: «A situação dos direitos humanos na República Autónoma da Crimeia e Sevastopol, na Ucrânia.»
Este ano, as disposições da resolução foram significativamente reforçadas. Os novos elementos refletem as numerosas evidências de violações em massa dos direitos humanos na península temporariamente ocupada.
A resolução define claramente a ilegitimidade dos órgãos e funcionários da Federação Russa na Crimeia no contexto do fortalecimento da política internacional de não reconhecimento da tentativa de anexar a Crimeia. Ao nível da ONU, foi declarado, pela primeira vez, que tais funcionários deveriam ser considerados apenas como "poder-ocupante da Federação Russa".
O documento afirma que a Rússia não cumpre as suas obrigações internacionais no campo dos direitos humanos e do Direito Internacional Humanitário. É de notar que o nível de direitos humanos na Crimeia após a sua ocupação pela Rússia diminuiu significativamente, o que também se deve ao facto de a Rússia ser parte em menos acordos internacionais relevantes do que a Ucrânia.
A Assembleia Geral da ONU enfatiza que a Rússia está a usar a pandemia por COVID-19 para impor medidas restritivas injustificadas na península, intensificando as repressões contra a população, em particular, por meio do envolvimento do Serviço Federal de Segurança russo.
É importante que a Assembleia Geral da ONU não se afaste do problema da libertação dos cidadãos ucranianos detidos ilegalmente. Observando a libertação, em dezembro de 2019 e abril de 2020, de pessoas detidas pelo poder-ocupante no Donbas, a resolução enfatiza a necessidade de libertar todos os cidadãos ucranianos que são prisioneiros políticos do Kremlin, mencionando Emir-Usein Kuku e Server Mustafayev.
A resolução também inclui, pela primeira vez, o termo "jornalistas civis", o que é um resultado importante da campanha em curso do MNE da Ucrânia para proteger jornalistas e ativistas que trabalham no seio da ocupação.
O documento aborda detalhadamente as atividades económicas subversivas da Federação Russa, que esgotam os recursos naturais da península da Crimeia temporariamente ocupada. A resolução reconhece o problema do bloqueio russo no acesso dos residentes da Crimeia ao sistema educativo ucraniano e a violação dos direitos religiosos dos nossos concidadãos. A Rússia está deliberadamente a obstruir a possibilidade de preservação da identidade nacional, forçando à mudança de cidadania, em particular, ao restringir a propriedade da terra. Tudo isso é uma política consciente do Estado ocupante de mudar a composição demográfica da península, o que constitui um crime de guerra.
Neste contexto, a Assembleia Geral da ONU apela à Federação Russa para garantir o acesso desimpedido e total à Crimeia para as missões de monitoramento internacionais, em particular, a Missão de Monitoramento dos Direitos Humanos da ONU na Ucrânia e a Missão Especial de Monitoramento da OSCE.
A resolução apela ao fortalecimento da cooperação dentro das estruturas internacionais para forçar a Rússia, como poder-ocupante, a cumprir as suas obrigações ao abrigo do Direito Internacional Humanitário.
Esta é já a quinta resolução consecutiva da Assembleia Geral sobre questões de direitos humanos na Crimeia ocupada e a nona no contexto de resposta internacional à tentativa da Rússia de anexar a península ucraniana.
O documento aprovado irá facilitar, em particular, a implementação da iniciativa ucraniana de criação da Plataforma da Crimeia.”