O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia expressa o seu forte protesto relativamente às buscas ilegais em massa feitas às residências, bem como as detenções de representantes do povo tártaro da Crimeia, que ocorreram hoje nas regiões de Simferopol e Belogorsky, territórios da Crimeia temporariamente ocupados pela Rússia. Trata-se precisamente de uma nova onda de repressões levadas a cabo pela Rússia em resposta ao quinto aniversário da adoção da resolução 68/262 da Assembleia Geral da ONU sobre a "Integridade territorial da Ucrânia".
A natureza em larga escala destas perseguições mostra claramente a vontade da Rússia em fortalecer ainda mais a prática de repressão e intimidação de cidadãos ucranianos que vivem nos territórios temporariamente ocupados. Estamos alarmados com os relatos de que, durante as buscas no distrito de Kamianka, em Simferopol, os invasores russos tentaram espancar os moradores locais que estavam por perto.
A nossa principal preocupação é que as autoridades de ocupação russas tenham novamente escolhido a ocasião para perpetrar as suas chamadas ações punitivas, conhecidas por "casos Hizb ut-Tahrir", que foram já usadas para fabricar casos contra ativistas tártaros da Crimeia e justificar as subsequentes condenações.
É por isso que não excluímos a possibilidade de que os eventos de hoje sejam o começo de uma nova onda de processos contra os tártaros da Crimeia e instamos a Comunidade Internacional a responder imediatamente às ações das autoridades russas de ocupação. A pressão política, económica e sancionatória sobre o estado-agressor deve ser fortalecida, a fim de impedir que a Rússia viole os Direitos Humanos na Crimeia temporariamente ocupada, a fim de libertar os cidadãos ucranianos ilegalmente detidos e acelerar a desocupação da Crimeia e de Sevastopol.
A Federação Russa deve implementar integralmente as resoluções da Assembleia Geral da ONU sobre a "Integridade territorial da Ucrânia", de 27 de março de 2014, sobre a "Situação dos Direitos Humanos na República Autónoma da Crimeia e Sevastopol (Ucrânia) ", de 19 de dezembro de 2016, de 19 de dezembro de 2017 e de 22 de dezembro de 2018, bem como a ordem do Tribunal Internacional de Justiça das Nações Unidas em relação às medidas preventivas no contexto da ação da Ucrânia contra a Federação Russa relativa à aplicação da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial.