Já passaram 70 anos desde o final do pior conflito na história - a Segunda Guerra Mundial, mas a disputa sobre as perdasnacionais, assim como sobreas contribuiçõesnacionais para salvar o mundo da praga nazi ainda não cessaram entre os historiadores dos países participantes.
Quanto mais tempo nos separa daqueles dias terríveis, mais pragmáticas e afastadas das emoções ficam estas discussões e avaliações. Três gerações já passaram, para quem esta guerra é apenas um facto histórico. Já há poucas pessoas vivas que tenham vivido este conflito quefoi a Segunda Guerra Mundial, também conhecida como Grande Gurssa Patriótica. Sararam as feridas antigas, as velhas trincheiras foram cobertas e apenas os monumentos de bronze e granito nas sepulturas do soldado desconhecido servemà geração atualde lembrança circunstancial, de que o arado da guerra atravessou a nossa terra atribulada e as almas das gerações anteriores, tendo completamente transformado não apenas milhões de vidas mas também toda a história europeia.
Atualmente, não há nenhum sentido em realizar uma discussão alimentada por emoções e declarações patrióticas sobre quem desempenhou um papel de liderança na derrota do fascismo. Cada país - membro da coalição anti-Hitler, tem o direito ao respeito pela sua contribuição para a destruição da "praga castanha". Não devemos esquecer também os "papoilas" franceses,os combatentes da resistência iugoslava e outros heróis nacionais, desde osheróis de Vesterplate aos movimentos de resistência na Bulgária ou na Roménia.
Mas existem "estatísticas frias" que servem muito melhor do que declarações patrióticas, assim como factos que sendocuidadosamente selecionadosmostram uma versão partícular, que demonstraa contribuição real de um determinado paíspara a vitória, tal como quanta dor e esforço valeu essa vitória.
Não se pode, certamente, medir de forma contabilística a dor humana pela perda de entes queridos, mas, apesar disso, o mundo tem de saber quem o salvou e quem pagou por ele o maior custo humano.
Segundo os dados atuais, as perdas militares ucranianas durante a Grande Guerra Patriótica ascenderam a2,5 milhões de pessoas,mais 5,5 milhões de vitimas entre presos de guerra e civis. Assim, osdados oficiais apontam para cerca de 8 milhões de vidas ucranianas perdidasdurante a Segunda Guerra Mundial. Este valor representa 40-44% das perdas totais da URSS. Tomando em conta as perdas demográficas secundárias (mortos por doença e fome, emigrantes, deportados, a perda de crescimento natural da população), as perdas ascendem a 14,5 milhões de pessoas. No entanto, o verdadeiro número de ucranianos que faleceram durante a Segunda Guerra Mundial ainda não é conhecido.
Também foram destruídas cerca de 700 cidades (40% de todas as cidades da União Soviética destruídas pela guerra) e 28.000 aldeias. A avaliação dos danos materiais resultou em 285 bilhões de rublos (em preços de 1941) – o que representa mais de 40% das perdas totais da URSS.
Durante a guerra faleceu um em cada cinco ucranianos. Dos que se alistaram no exército no verão de 1941, sobreviveram apenas 3%.
Foram queimados 319.000 empresas na Margem Esquerda da Ucrânia, e foi destruído um em quatro edifícios.
Foram destruídas 5.600 pontes, 33 mil escolas e faculdades, 18.000 instituições médicas.
Os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial tiveram lugar no território étnico ucraniano no período de 1939 a 1944.
O exército polaco que lutou contra a Wehrmacht desde1 de setembro de 1939, nas primeiras horas da guerra, incluiu ucranianos. Desde 17 de setembro, tiveram que lutartambém contra divisões do Exército Vermelho.
A 17 de setembro de 1939, o Exército Vermelho sob o comando do Marechal S.K. Timoshenko, invadiu a Polônia, a Galícia oriental e Bielorrússia ocidental, tendo havido ucranianos quetomaram parte na luta de ambosos lados. Os ucranianos (cidadãos da Polónia) capturados pelo Exército Vermelho foram parcialmente libertadosdepois de algum tempo. Já os oficiais ucranianos, tal como os seus companheiros polacos, foram presos em campos e posteriormente eliminados por decisão da administração da URSS.
Em setembro de 1939, o Terceiro Reich ea União Soviética dividiram o território conquistado da Polónia entre os dois países. As regiões de Galícia e Volyn com população ucraniana foram anexadas à URSS).
O exército alemão invadiu a União Soviética a 22 de junho de 1941, iniciando uma guerra que durou quatro anos. No total, o número de ucranianos que lutou no exército soviético, foi entre 4,5 e 7 milhões. A grande maioria dos combates na SegundaGuerra Mundial ocorreu na Frente Oriental. As hostilidadescobriram todaa Ucrânia e da Bielorrússia, ondea Alemanha perdeu 93% das suas tropas.
No território da RSSU ocupado pelas tropas alemãs foi mantido o sistema soviético de fazendas coletivas sob a forma de "quintas públicas". Houve umgenocídio contra o povo judeu eo resto da população (principalmente ucranianos), tendo muitos sido deportados para trabalhos forçados na Alemanha (mais de 1,5 milhões). Os ucranianos constituíam parte significante do Exército Vermelho e da sua liderança. Além disso, osucranianos participaram tambémnas forças armadas da URSS, Canadá, Austrália, Polônia, Checoslováquia, Alemanha e Roménia.
O regime de ocupação brutal que os invasores aplicaram na Ucrânia levou a um aumento do sentimento antigermânico na Ucrânia. Uma das consequências imediatas foi o desenvolvimento de movimentos rebeldes soviéticos partidários e ucranianos nacionalistas no território do Reichkommisariat. Grupos rebeldes e de guerrilheiros controlavam uma grande parte do território doReichkommisariat e impediam o fornecimento de equipamentos e alimentos para as tropas alemãs.
As células de guerrilha mais famosas foram organizadas e operadas na Ucrânia. Nomes de líderes da guerrilha como Kovpak, Vershyhora, Rudnev tornaram-se lendários na história da União Soviética e da Ucrânia. Por exemplo, oataque de guerrilha"De Putivl para os Cárpatos", que entrou na lista das operações militares mais importantes da Segunda Guerra Mundial.
A ausência de uma retaguarda confiável através das ações de guerrilheiros ucranianos tornou-se uma das principais razões para a derrota das forças alemãs na Frente Oriental.
Permanece ambígua a avaliação das atividades do Exército Insurgente Ucraniano (UPA).
A opinião sobre a história da UPA na sociedade ucraniana ao longo dos anos de independência varia entre positiva (combatentes da independência) e negativa (colaboradores alemães), sendo baseada afirmações de propaganda do interlocutor. As questões do reconhecimento oficial da UPA como combatente na Segunda Guerra Mundial e do fornecimento de subsídios aos veteranos da UPA, pelo Estado, ainda não estão resolvidas(várias regiões ocidentais têm tomado esta decisão localmente). Desde 2005, a Ucrânia celebra oficialmente o aniversário da criação da UPA (14 de outubro de 1942, a festa da Santíssima Virgem). Além disso, a partir de 2015, 14 de outubro será oficialmente comemorado como o Dia do Defensor da Ucrânia .
Quando a Alemanha nazi e seus aliados lançaram a Operação Barbarossa em 1941, muitos polacos e ucranianos, cansados da opressão da União Soviética, olharam para os invasores como forças libertadoras. Ativistas nacionalistas ucranianos sentiram que o momento seria apropriado para a criação de um estado independente ucraniano. No início da guerra os alemães incentivaram, em certa medida, os nacionalistas ucranianos com promessasde proclamação da "Grande Ucrânia." Eles queriam usar dessa forma o estado de espírito antissoviético.
No entanto, uma coisa é indiscutível - a luta do Exército Insurgente Ucraniano foi parte integrante do Movimento de libertação ucraniana dos anos 1920-1950.
Assim, mesmo uma cursóriaanálise estatística indica que foi a Ucrânia que absorveu o principal impacto da Segunda Guerra Mundial, pagando por isso os mais altos custos morais, materiais e humanos.
Dito isto, todos os povos e todos os países que passaram a invasão nazi, merecem um respeito profundo pelas futuras gerações,a quem deram vida e paz.
Glória aos heróis!
Encarregado de Negócios, a.i., da Ucrânia
Leonid Tretiak